Enunciado da última questão da Avaliação Parcial da 1a Unidade (leiam com atenção!!!)

Queridos e queridas,

Segue abaixo a última das 4 questões submetidas a vcs. para compor a Avaliação Parcial da 1a Unidade do curso. Desta feita, o tema relativo a esta pergunta é aquele da última exposição dessa unidade, a saber, a relação entre o caráter isotópico das seqüências narrativas e o quanto elas coincidem com "níveis de fábula" e "porções do enredo", na linha em que tais aspectos são discutidos pelos textos de Boris Tomachevski, Roland Barthes, Umberto Eco e Ugo Volli.

Segue então a questão, para a qual sugiro atenção na leitura, destacada em negrito:

4. Considere a seguinte passagem do capítulo "Histórias", em Manual de Semiótica, de Ugo Volli, (à sua página 94):

"A maior importância da manifestação linear do texto é uma das características que distingüem a linguagem poética da cotidiana. Enquanto na linguagem cotidiana - de função principalmente referencial - habitualmente entendemos as palavras como mero veículo para exprimir certas idéias ou certas afirmativas sobre eventos ou objetos do mundo real (...), na linguagem poética - na qual a função estética é mais acentuada - às vezes são introduzidos determinados artifícios que visam manipular a superfície expressiva do texto e portanto perturbar o automatismo da percepção e da interpretação referencial."

Em seguida, leve em conta esta outra passagem, desta feita extraída do capítulo "Estruturas narrativas", em Lector in Fabula, de Umberto Eco (às páginas 90 e 91):

"O primeiro livro do Genesis conta, decerto, uma história em que ocorrem mudanças de estado, por obra de um agente cheio de claros propósitos, o qual ativando causas e efeitos pratica ações de rara dificuldade que (...) não constituem escolha totalmente óbvia. Mas ninguém poderia dizer que os eventos conseqüentes à ação resultavam ser inesperados, estranhos ou inusuais para o agente, porque ele sabia com exatidão o que aconteceria se dissesse fiat lux ou se separasse a terra das águas (...). Todavia, seria difícil negar que o relato sobre a criação do universo constitui uma bela obra de narrativa."

Por fim, avalie este outro segmento, oriundo de "Introdução à análise estrutural da narrativa", de Roland Barthes (às páginas 40 e 41):

"Uma seqüência é uma série lógica de núcleos, ligados entre si por uma relação de solidariedade: a seqüência abre-se assim que um de seus termos não tenha antecedente solidário e se fecha logo que um de seus termos não tenha mais conseqüente. Para tomar um exemplo voluntariamente fútil, pedir uma consumação, recebê-la, consumi-la, pagá-la, estas diferentes funções constituem uma seqüência evidentemente fechada, pois não é possível fazer preceder a encomenda ou fazer seguir o pagamento sem sair do conjunto homogêneo consumação."

Tendo em vista os problemas apresentados nessas passagens, versando sobre as especificidades e funcionalidades da seqüência narrativa, avalie agora este breve episódio do início do romance A Metamorfose, do escritor tcheco Franz Kafka: 

Franz Kafka, A Metamorfose

Com base na leitura dos textos da unidade e também levando em conta os segmentos desses mesmos textos acima referidos, procure analisar esse segmento narrativo, considerando os aspectos de sua coerência interna (sua "isotopia"), enquanto elementos que funcionalizam essa sequência como "porção de fábula", no modo como o pensam Umberto Eco e Boris Tomachevski. No mesmo argumento, procure avaliar a estruturação da seqüência em questão, em seu aspecto de "sucessão de ações" (especialmente no perfil de uma "intriga" ou "enredo" narrtativos), no modo como a concebem autores como Umberto Eco, Roland Barthes e Ugo Volli.

Abraços,

Benjamim

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