Comentários gerais sobre as respostas da Avaliação Parcial da 1a Unidade (leiam com atenção!!!)
Introdução às Teorias da Narrativa (GEC 114)
Avaliação Parcial da 1a Unidade – Comentário Geral
Avaliação Parcial da 1a Unidade – Comentário Geral
Como mencionado anteriormente em sessões anteriores do curso, partilho com todos algumas impressões mais gerais que obtive do exame das respostas às questões da 1a Avaliação Parcial do curso, versando sobre os itens mais elementares do discurso narrativo (a partir das leituras de textos de Roland Barthes, Gérard Genette, Ugo Volli, Umberto Eco e Boris Tomachevski).
De modo geral, apreciei bastante o desempenho global da turma, o que é indicado pelo fato de que um percentual considerável das avaliações ficou dentro da faixa mínima de notas para escapar a uma eventual Verificação Suplementar, após o fim do semestre - do total de 31 avaliações entregues, 19 avaliações ficaram na margem de notas superior a 6,0 (um percentual de 61,2% dos casos). Ademais, dentro desse escopo de avaliações na faixa de aprovação, 14 delas ficaram na faixa entre notas 8,0 e 10,0 (45,1% do total), ficando as outras 5 dessas avaliações no intervalo entre 6,0 e 7,0 (16,1% do total).
O foco de minhas preocupações, contudo, situa-se no âmbito das 12 avaliações restantes que ficaram abaixo desse patamar mínimo (refletindo 38,7% do total dos discentes), sobre os quais desejo fazer considerações de natureza mais geral sobre o desempenho nessa avaliação da 1a unidade do curso. De todo modo, e no espírito de favorecer um melhor desempenho nas etapas subsequentes do curso, estou elaborando certas medidas para melhorar as chances desses casos - sobre as quais detalharei as linhas gerais em nosso próximo encontro presencial, no dia 28/05.
De todo modo, com respeito ao desempenho global nessa 1a avaliação, minhas observações aqui visam mais fortemente a esta percepção mais geral percebida por mim na performance de todos, já que as questões relativas ao quadro mais particular de cada uma das avaliações constam das observações que fiz a todos e todas, ao devolvê-las a cada um e uma de vcs. - estas já estando disponíveis no Classroom da disciplina, juntamente com a atribuição das respectivas notas.
O foco de minhas preocupações, contudo, situa-se no âmbito das 12 avaliações restantes que ficaram abaixo desse patamar mínimo (refletindo 38,7% do total dos discentes), sobre os quais desejo fazer considerações de natureza mais geral sobre o desempenho nessa avaliação da 1a unidade do curso. De todo modo, e no espírito de favorecer um melhor desempenho nas etapas subsequentes do curso, estou elaborando certas medidas para melhorar as chances desses casos - sobre as quais detalharei as linhas gerais em nosso próximo encontro presencial, no dia 28/05.
De todo modo, com respeito ao desempenho global nessa 1a avaliação, minhas observações aqui visam mais fortemente a esta percepção mais geral percebida por mim na performance de todos, já que as questões relativas ao quadro mais particular de cada uma das avaliações constam das observações que fiz a todos e todas, ao devolvê-las a cada um e uma de vcs. - estas já estando disponíveis no Classroom da disciplina, juntamente com a atribuição das respectivas notas.
Seguem, então, algumas dessas minhas observações mais gerais: no caso da abordagem sobre os conceitos de base da unidade, requisitado para o exercício da análise de cada um dos segmentos indicados, na 1a e 3a questões (a sequência de Heat e o episódio do Porta dos Fundos), chamo a atenção de vcs. para uma certa tendência de boa parte das respostas que recebi de uma certa falta de menções mais expressas (mesmo que breves) às passagens dos textos que ilustrassem melhor as definições dos conceitos de "mimese" e "diegese" (em Genette) e o trio topic/isotopia/tema (em Eco, Volli e Tomachevski).
Lembro a todos que a análise da sequência de Heat e do episódio de Porta dos Fundos deveria permitir uma elucidação desses dois grupos de conceitos, a partir do exame dos casos - ao invés de servir apenas como exercício de impressões críticas sobre esses materiais - mas sem o concurso mais rigoroso daquilo que os autores da unidade argumentam sobre cada uma dessas ideias. Faltou a uma parcela considerável das respostas a estas duas questões, aí incluídas até mesmo aqueles que se saíram mais razoavelmente, uma maior atenção a esses níveis de articulação entre os conceitos (que precisavam ser explanados) e os objetos de análise (que precisavam servir de propósito a esta elucidação).
Lembro, inclusive, que os "Modos de Usar", que antecedem os enunciados da Avaliação Parcial da 1a Unidade, definem precisamente assim a importância de se articular melhor conceitos e exercício interpretativo, quando recomendam que "nas perguntas de teor mais analítico (de exame de objetos ou obras), procure correlacionar os dois domínios de capacidades requisitados (o da boa compreensão dos textos de base e o do exercício não impressionista da análise dos materiais propostos)". Repito que, mesmo naquelas análises razoáveis das duas sequências que foram bem avaliadas, identifiquei a baixa conexão entre a interpretação dos materiais e o uso correto dos conceitos, no modo como argumentados nos textos de base, a partri de cada um dos autores.
Do mesmo modo, sinto que predominou aquilo que designei em vários comentários a cada um como "impressionismo" da análise, consistindo numa baixa atenção àquilo que era pedido no enunciado das duas questões da avaliação com esse perfil - e do quanto isto dependia de uma melhor articulação entre as leituras e o material proposto.
No caso da 1a questão, percebi certa desatenção de alguns ao uso rigoroso dos conceitos de “mímese” e “diegese”, no modo como a análise da seqüência de Heat poderia servir para seu esclarecimento: poucos foram aqueles que levaram em conta que a seqüência em questão ilustra inclusive os tais gêneros “mistos” de imitação e narração (sobre os quais inclusive trata o texto de Genette), assim como o fato de que se pode depurar segmentos miméticos do segmento implica em recuos até o nível de certos planos isolados, por exemplo - ou da atenção a aspectos como o da ambientação sonora (sons diegéticos, diálogos e/ou trilhas sonoras). Aqueles que dedicaram uma maior atenção a esses aspectos foram sintomaticamente os que obtiveram maior sucesso no tratamento da questão.
No caso da 1a questão, percebi certa desatenção de alguns ao uso rigoroso dos conceitos de “mímese” e “diegese”, no modo como a análise da seqüência de Heat poderia servir para seu esclarecimento: poucos foram aqueles que levaram em conta que a seqüência em questão ilustra inclusive os tais gêneros “mistos” de imitação e narração (sobre os quais inclusive trata o texto de Genette), assim como o fato de que se pode depurar segmentos miméticos do segmento implica em recuos até o nível de certos planos isolados, por exemplo - ou da atenção a aspectos como o da ambientação sonora (sons diegéticos, diálogos e/ou trilhas sonoras). Aqueles que dedicaram uma maior atenção a esses aspectos foram sintomaticamente os que obtiveram maior sucesso no tratamento da questão.
Algo de similar se deu no caso da 3a questão, na qual senti um número significativo de respostas que usavam o segmento para apenas confrmar de modo laudatório aquilo que se descrevia dos conceitos de "isotopia" e de "topic" - na maior parte das vezes sem que esses conceitos, assim expostos, conferissem um sinal mais claro de uma compreensão mínima sobre seus significados, relativamente às estruturas discursivas da narratividade, nem mesmo no que respeitava a sequência do episódio de Porta dos Fundos.
Apenas a título de sugestão, faço a indicação de que, nas próximas questões relativas à Avaliação Parcial da 2a Unidade do curso que impliquem o exame de materiais propostos, que seja feito o exercício de elucidar esses conceitos e sua significação originária, através da análise mesma dos materiais, de modo a sinalizar uma boa compreensão dessas idéias, na relação com o próprio exercício interpretativo dos fenômenos concretos sugeridos pelas questões.
No que respeita o tratamento argumentativo da 2a questão (relativa aos conceitos de "topic" e "tema"), identifiquei uma certa recusa em se aprofundar mais sobre o nível argumentativo da explanação dessas idéias, a partir dos textos de Eco, Volli e Tomachevski: no lugar disto, predominou uma definição puramente assertiva das definições dessas ideias, algo que se situava mais na transcrição das definiçnoes do que em elucidação argumentada de como os conceitos se relacionam ou se diferenciam, conforme os autores.
Nesses termos, recomendo um melhor trabalho sobre os aspectos mais gerais e fundamentais dos textos da unidade, procurando combinar uma maior atenção àquilo que os textos enunciam (e especialmente para o nível argumentativo de sua construção), mas ainda assim procurando evitar extensas transcrições verbatim dos mesmos (preferindo deter-se sobre citações breves e suficientemente ilustrativas dos pontos em questão), mas sempre combinando isto com uma certa liberdade no uso das próprias palavras na exposição das idéias que dali se originem (neste caso, há que se domar a arte retórica da paráfrase para a apresentação das idéias dos autores).
Por que insisto no recurso da paráfrase em tais casos? Simplesmente porque a reconstrução lingüística de argumentos alheios com as próprias palavras de cada um de vcs. é o lugar por excelência para me permitir vislumbrar os níveis de compreensão das idéias dos textos adotados em cada unidade do curso: a mera transcrição dos mesmos é ato puramente mecânico e, na maior parte das vezes, excede em extensão os pontos de cada texto em que as questões pedem seu recurso (nesse caso, o aluno pode ter respondido a questão sem saber exatamente como). Ao parafrasear as mesmas idéias, é necessário que o cada um de vcs. ordene o pensamento do texto a partir de seus próprios instrumentos de expressão escrita. Dou sempre preferência a isso, traduzindo essa valorização nas notas atribuídas.
Por fim, no caso daqueles que responderam a questão relativa à análise da passagem de Kafka, em A Metamorfose, não teço maiores considerações, pois tratou-se da única das questões em que a totalidade daqueles que a ela se deicaram se saiu bastante bem, a maior parte deles próximos da nota máxima.
Assim sendo, essas são minhas impressões de momento - destacando, uma vez mais, que fiquei bastante satisfeito com o desempenho global da turma, ainda que concernido com os casos nos quais o sucesso de muitos de vcs. tenha ficado comprometido. Reitero que, em função da proporção daqueles que tiveram um resultado mais satisfatório, tomarei algumas resoluções sobre o sistema da atribuição das notas das avaliações parciais, sobre o qual detalharei em nossa conversa presencial na próxima quarta-feira, no início de nossos trabalhos. De todo modo, estou sempre a postos para sanar quaisquer dúvidas que emirjam, tanto com respeito às avaliações quanto no caso das exposições do curso.
Atenciosamente,
Benjamim
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