Avaliação Parcial da 3a Unidade (leiam com atenção!!!)
Caros e caras,
1. Considere as seguintes passagaens dos textos da unidade abordados até aqui:
In: VOLLI, "Histórias", in: Manual de Semiótica, p. 101;
In: RICOEUR, Paul, "Jogos com o tempo", In: Tempo e Narrativa, vol. 2: pp. 137,138;
"Entre os teóricos da ficção, há um certo consenso de que é fácil estabelecer o tempo da história (...). Todavia, é menos fácil determinar o tempo do discurso. Devemos baseá-lo na extensão do texto escrito ou no tempo que a leitura demanda? Não podemos ter certeza de que essas duas durações são exatamente proporcionais. Se tivéssemos que calculá-lo a partir do número de palavras (...), exemplificariam o fenômeno que Gérard Genette chama de 'isocronia' e Seymour Chatman chama de 'cena' - ou seja, onde a história e o discurso tIem duração relativamente igual, como acontece com os diálogos." In: ECO, Umberto. "Divagando pelo bosque". In: Seis Passeios pelos Bosques da Ficção, p. 60;
In: GENETTE, Gérard. "Duração". In: Discurso da Narrativa, p. 93.
À luz de todas essas observações, aprecie as duas seqüências, referentes ao acidente do piloto francês Romain Grojean, no Grande Prêmio da Malásia de Fórmula 1 de 2020 - no registro de sua transmissão ao vivo pela televisão e no quadro de uma sequência do documentário dedicado a esta temporada, na plataforma de streaming Netflix:
"Entrar em estado de expectativa significa fazer previsões. O Leitor-Modelo é chamado a colaborar no desenvolvimento da fábula, antecipando-lhe os estados sucessivos. A antecipação do leitor constitui uma porção de fábula que deveria corresponder àquela que está para ler." (ECO, Umberto. "Previsões e passeios inferenciais". In: Lector in Fabula: p. 95)
"Quanto mais o leitor é atraído pelos procedimentos a jogar os jogos do texto, tanto mais ele é também jogado pelo texto (...). O jogo do texto, portanto, é uma performance para um susposto auditório e, como tal, não é idêntico a um jogo cumprido na vida comum, mas, na verdade, um jogo que se encena para o leitor, a quem é dado um papel que o habilita a realizar o cenário apresentado." (ISER, Wolfgang. "O jogo do texto". In: A Literatura e o Leitor: p. 116)
"...o autor que mais respeita o seu leitor não é aquele que o gratifica ao preço mais baixo; é aquele que lhe deixa mais espaço para desenvolver o jogo contrastado que acabamos de descrever. Só atinge seu leitor se compartilhar com ele um repertório do familiar, quanto ao gênero literário, ao tema, ao conteúdo social, ou mesmo histórico; e se, por outro, praticar uma estratégia de desfamiliarização com relação a todas as normas que a leitura crê poder facilmente reconhecer e adotar" (RICOEUR, Paul. "O mundo do texto e o mundo do leitor". In: Tempo e Narrativa, vol.3: p. 290)
3. Considere os seguintes segmentos dos textos da 3a unidade:
"É compreensível, portanto, que eu não nego aquilo a que alguns observadores das narrativas mediáticas denunciam, enquanto uma deriva sensacionalista do discurso jonralístico. No entanto, gostaria de acrescentar que a racionalidade não está completamente evacuada em um tal contexto e que, ademais, às narrativas de alguns podem se opor as versões de outros. O que importa, em última análise, é que a esfera pública oferece espaço para histórias conflitantes, observando-se para tanto determinados padrões éticos, o que está longe de ser garantido em um universo mediático dominado pela lógica do lucro." (BARONI, Raphaël. "A Tensão Narrativa Através dos Gêneros: questões éticas e estéticas do suspense", in: Experiência Estética e Performance: p. 77);
"À primeira vista, a diegese de um conto, de uma obra dramática, de um filme...parece diferir da de uma narrativa de jornal: a primeira emana de uma criação fabuladora, a segunda é comandada dia a dia pelo acontecimento; na primeira, o 'suspense' é mannipulado, na segunda aparece inteiramente dado. O acontecimento opor-se-ia à estrutura como a natureza ao 'artefato', o acidental ao categorial. E, entretanto, 'seja a ação vivid ou representada , o vivido transmuta-se em representado, o dado circunstancial é apreendido segundo as 'categorias' da narrativa". (GRITTI, Jules, "Uma Narrativa de Imprensa: os últimos dias de um 'Grande Homem'", in: Análise Estrutural da Narrativa: p. 171)
"Fingimos vrer que a leitura só diz respeito à recepção dos textos literários. Ora, somos leitores de história quanto de romances. Toda grafia, portanto a historiografia, remete a uma teoria ampliada da leitura (...). Nesse sentido, as análises do entrecruzamento da história e da ficção que vamos esboçar remetem a uma teoria ampliada da recepção, da qual o ato de leitura é o momento fenomenológico. É nessa teoria ampliada da leitura que se dá a inversão, da divergência para a convergência, entre a narrativa histórica e a narrativa de ficção." (RICOEUR, Paul. "O entrecruzamento da história e da ficção". in Tempo e Narrativa 3: p. 311)
Comentários
Postar um comentário